O Ministério da Saúde inseriu 165 novas doenças na lista de enfermidades relacionadas ao trabalho. Passaram-se 24 anos até essa atualização ser feita. Uma inserção tão importante assim, é proporcional ao tempo de defasagem sobre o assunto. Sabemos que isso afetará as clínicas e ambulatórios de Medicina do Trabalho.
Mas, como médicos e clínicas podem se adaptar melhor a tais mudanças?
Para iniciarmos essa reflexão, elenquei 10 enfermidades dessa lista, que, certamente merecem atenção e impactarão as empresas, tanto pela complexidade que seu diagnóstico apresenta aos profissionais da área da Medicina do Trabalho, quanto pela sua dificuldade de relacioná-las a uma atividade específica, como os cânceres, por exemplo. Outro fator que considerei para elencar essa lista, foi a novidade, como a covid-19, doença responsável por uma pandemia mundial, que surpreendeu toda a comunidade científica internacional, e foi descoberta há pouco tempo.
Observem a lista das 10 destacadas, abaixo:
- Esgotamento, Síndrome de Bournout
- Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool
- Transtorno depressivo recorrente
- Transtornos de ansiedade
- Dermatite alérgica de contato devido a cosméticos (fabricação/manipulação)
- Doença Causada por corona vírus SARS-CoV-2 (covid-19)
- Neoplasia maligna (câncer) de próstata
- Neoplasia maligna (câncer) de mama
- Doenças das vias aéreas devido a outras poeiras orgânicas não especificas
- Ciática
Diante desta lista, e da lista completa de novas doenças do trabalho, disponível no site do Ministério da Saúde, recomendo que as clínicas de S.O comecem 2024 refletindo e implementando algumas práticas, visando a adaptação mais tranquila a esta nova realidade, tais como:
Mantenha-se atualizado sobre as novas doenças ocupacionais, suas causas, sintomas e tratamentos. Esteja ciente das regulamentações e diretrizes recentes relacionadas à saúde ocupacional.
Capacite os profissionais da clínica para identificar, diagnosticar e tratar essas novas condições. Ofereça cursos de atualização, workshops ou treinamentos específicos sobre as novas doenças do trabalho.
Realize as avaliações e exames ocupacionais detalhados para identificar doenças e riscos específicos que possam contribuir para essas novas condições.
Mantenha ficha e registros detalhados dos casos diagnosticados.
Lembrem-se de que a Medicina, de forma geral, é estudo constante e a Medicina Ocupacional é feita de dinamismo e de pormenores também, portanto, estudem, estudem e estudem!
Por fim, acredito que este seja o melhor posicionamento para que clínicas e ambulatórios de Medicina Ocupacional contribuam de forma efetiva para que empresas e trabalhadores compreendam rapidamente essas novas mudanças.
Sobre o autor
Eduardo de Souza Brito Garcia é médico cardiologista e médico do trabalho | CRM: 60026.